Paróquia São Pedro Apóstolo - Gaspar, SC

Pastoral Vocacional

É  Cristo quem chama e o Espírito Santo impulsiona para a missão. Este é o pressuposto básico de toda animação vocacional. Sentir-se escolhido, posto aparte, separado. (At 13)

A aceitação alegre do diálogo vocacional com Deus supõe captar e assumir o ser chamado e separado pelo Espírito. Em nossos dias há uma grande necessidade de suscitar operários para a messe. A Pastoral vocacional tem como missão ajudar as pessoas e criar em si a consciência de serem chamadas e separadas pelo Espírito para uma tarefa e potencial a disponibilidade incondicional para a resposta.

A dinâmica da Pastoral Vocacional é usar das mediações oportunas para ajudar as pessoas a perceberem o chamado de Deus.

A Primeira Vocação é o chamado à Vida
A vocação é como um diálogo entre Deus e o vocacionado; a iniciativa é de Deus; a resposta é do ser humano. Em clima de oração, acolher o próprio ser como um dom e presente que Deus me faz agora: corpo, espírito, saúde, energias, desejos, necessidade de amar e ser amado, impulso para o infinito, capacidade de relações…

Eu mesmo sou um dom de Deus: tudo em mim procede dele. E enquanto procedo dele, todo meu ser é bom.

A vocação tem uma dimensão pessoal e uma dimensão comunitária: pessoal, porque ninguém pode responder em meu lugar; comunitária, porque ela precisa da comunidade para desabrochar. Quando Francisco de Assis rezava: “Senhor, que queres que eu faça?”, estava procurando como responder ao chamado de Deus. Você já falou alguma vez assim com Deus? (Leia o Salmo 138 (139) procurando entender como é que a vida é vocação).

No final de sua vida São Francisco compôs o Cântico das Criaturas, resumo do que ele viveu. Tente fazer você também uma oração de louvor a Deus, fonte de vida. (Leia Jeremias 1,5-6).

Vocação Cristã e Ministérios
Procure descobrir o nome de alguns dos seguidores e seguidoras de Jesus, lendo o Evangelho nestas passagens: Lc 6,12-19 e Lc 8,1-3. Sugestão: Se você fizer a leitura junto com outra pessoa, será ainda melhor.

Nos Atos dos Apóstolos se percebe quanto os seguidores de Jesus levavam a sério a participação na comunidade. Um exemplo aparece em: At 2,42-47.

Procure descobrir quais são os serviços ou ministérios que existem em sua comunidade; informe-se sobre isso com alguma pessoa que atua na comunidade. Trata-se de serviços como estes: liturgia, catequese, pastoral da saúde, da criança, dos idosos, pastoral vocacional, pastoral familiar, pastoral da juventude, JUFRA, OFS, apostolado de oração, grupos de oração, de reflexão, etc. Tente ver quais os serviços que mais lhe chamam a atenção, procure conhecê-los mais de perto. Quem sabe, por si, comece despertar em você uma vocação cristã mais comprometida e cheia de calor.

 

São Francisco de Assis exorta seus companheiros assim: “Os irmãos se esforcem para imitar a humildade e pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo…E procurem sentir-se à vontade quando se encontram entre gente simples e desprezada, pobres e fracos, enfermos e leprosos e mendigos de rua…E cada um ame e alimente seu irmão como a mãe ama e nutre seu filho” (RNB 9,1-3.14): Como é que você se sente ouvindo semelhante exortação?

Vocação da Igreja e sua Missão
Já pensou que a chama do Evangelho, partindo de Jesus, chagou até você passando por uma cadeia ininterrupta de evangelizadores? Muitos pela palavra, muitos pelo exemplo, contribuíram para que você pudesse crer. Você gostaria que, agora, essa chama passasse pela sua vida, sem iluminar ninguém?

Tente entender o que é a Igreja, lendo esta passagem da carta aos romanos: Rm 12, 4-13 (um corpo com muitos membros, uma Igreja com diferentes carismas).

No começo de sua conversão, Francisco rezava diante do Crucificado, quando este lhe falou: “Francisco, não vês que minha Igreja está em ruínas? Vai, pois, e restaura-a”. O jovem Francisco começou a restaurar a pequena igrejinha onde rezamos, mas depois percebeu, mas depois percebeu que se tratava da igreja viva que precisava ser renovada, e dedicou-se a ela com todo fervor (3Comp 5,13). Se, hoje, o Crucificado falasse assim a você: que atitude assumiria?

Vocação Profética
O livro de Samuel descreve belamente como aconteceu a vocação do profeta. Verifique, no texto que segue, qual é a atitude que você mais admira em Samuel e como poderia imita-la: I Sm 3,1-10.

A Vocação de Jeremias é uma ilustração exemplar do que seja um profeta. Será que essas palavras não se dirigem também a você? Deixe-as falar ao coração: Jer 1,4-10.

Indicamos a seguir dois textos de profetizas, o primeiro é de Ana, mãe de Samuel, e o segundo é de Maria, mãe de Jesus. Tente descobrir como aparecem aí as características proféticas descritas acima: I Sm 2,1-10 (cântico de Ana, mãe de Samuel); Lc 1, 46-55 (cântico de Maria, mãe de Jesus).

A Vocação Matrimonial
“Não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele uma companheira que lhe seja semelhante” (Gn 2,18). E o homem exultou feliz reconhecendo-se nela: “Está é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2,23), Sob a luz deste texto, tente perceber como esta vocação vem acontecendo hoje na convivência entre homens e mulheres. Imagine como Deus se sente olhando para essa paisagem humana? Tente perceber também como é que você se sente diante de presente que Deus põe em sua vida através do sexo oposto.

Na linguagem de Francisco de Assis chama a atenção sua maneira respeitosa, positiva é nobre como se refere à mulher. Chega a comparar-se com uma mulher humilde que Deus assume como esposa fecunda (2Cel 16).

A Vocação de Maria
Alguns textos bíblicos sobre Maria: Lc 1,26-38 (Vocação de Maria); Lc 1,29-56 (Visita a Isabel); Jô 2,1-10 (Presença de Caná). São Francisco saudava Maria assim: “Salve Filha do altíssimo Pai celestial! Salve Esposa do Espírito Santo! Salve Mãe de Jesus Cristo!”. E ele tinha razão, pois a grandeza de Maria está nas relações que ela tem com a Santíssima Trindade.

A Vocação de São Francisco
Há mais de 800 anos, nasceu em Assis, na Itália, um jovem chamado Francisco. Nasceu em 1182 e morreu em 1226. Tornou-se muito importante pelo testemunho de sua vida. Francisco era filho de família rica. Seu pai, Bernardone, era comerciante, tinha uma loja de tecidos e frequentava as feiras internacionais, para comprar e vender. Numa de suas viagens à França, conheceu Dona Pica com quem se casou. Tiveram pelo menos dois filhos, Francisco e Ângelo.

Francisco era muito popular entre os jovens de Assis. Moço rico, era amigo das festas e tinha fama de esbanjão, patrocinando com frequência as diversões dos companheiros. Sonhava em conquistar honrarias e muita glória. Seu pai o incentivava a tornar-se cavaleiro. Francisco tinha vinte anos quando as cidades de Assis e de Perúgia entraram em guerra. Francisco combateu por sua cidade e se deu mal. Ferido e preso, só voltou para casa um ano depois, e bastante doente. Cuidado pela mãe durante a convalescência, teve tempo de pensar na vida, pois a glória que buscava já não lhe enchia o coração.

Deu-se conta que um outro senhor, infinitamente maior e mais valioso, lhe disputava o coração. A ele valia a pena consagrar sua vida. Sentiu despertar dentro de si um desejo intenso de seguir Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas o caminho ainda não estava absolutamente claro.

Numa, ocasião, o jovem Francisco encontrava-se em oração numa pequena igrejinha, dedicada a São Damião. Rezava diante do Crucifixo, quando percebeu que o crucificado começou a falar-lhe claramente ao coração: “Francisco, vai e restaura a minha igreja”. Não foi preciso repetir duas vezes. Vestiu uma túnica pobre e começou a reconstruir as paredes da igrejinha. E esmolava as pedras de que necessitava.

Noutra ocasião, ficou muito impressionado a ouvir, na pequena igrejinha da porciúncula, a leitura do Evangelho do envio dos apóstolos em missão: “Não leveis bolsa, nem mochila, nem calçado… O Reino de Deus está próximo” (Lc 10,3-9). E exclamou consigo mesmo: “é isto que eu quero, é isto que eu procuro é isto que eu desejo fazer de todo o meu coração”.

Andava, um dia pelo caminho, quando deparou com um leproso. Estarreceu. Teve vontade de fugir. Mas resistindo ao impulso natural, aproximou-se, abraçou o leproso e o beijou. “o que me parecia amargo se tornou depois doce para mim”, dirá no testamento. Parece que lhe ficou a sensação de ter abraçado o Cristo, presente naquele infeliz. Pois dirá mais tarde: “Quando vês um pobre, tens à sua frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe” (2Cel 85). Dedicou-se aos leprosos e tratou com amabilidade a quantos se aproximavam dele, pobres, doentes, ladrões e marginais, como os ricos e letrados.

Seu exemplo não tardou a cativar outras pessoas, de todas as idades e condições sociais pedindo para abraçar a mesma vida que ele. De todos eles Francisco dizia estes são: “os irmãos que o Senhor me dá” (Test.).

Francisco e seus companheiros viveram em forma simples, pobre, alegre e fraterna, garantindo com o trabalho o próprio sustento. Dedicavam longos tempos a oração e contemplação, na intimidade com o Senhor, e anunciavam com fervor o Evangelho.

Ponha-se num lugar tranqüilo e reflita esta passagem do Evangelho: Mt 10,1-10. Que reações lhe desperta esta mensagem de Jesus? Francisco, ao ouvir esta passagem exclamou: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu desejo fazer de todo meu coração!” (1Cel 22).

Qual seria o “leproso” que pede hoje nosso abraço e ajuda?

A Vocação de Jesus
Jesus também teve uma vocação. Respondendo a um chamado do Pai, veio ao mundo com uma missão. Encarnou-se e viveu no meio de um povo simples, trabalhou com suas próprias mãos, amou com coração humano, participou da comunidade. Esteve presente em Caná, entrou na casa de Zaqueu, assentou-se á mesa dos publicanos e pecadores. Em seus gestos e palavras revelou o amor do Pai e a sublime vocação do ser humano.

A vocação e missa de Jesus foi revelar o Projeto do Pai. Viveu em íntima relação como o Pai, a ponto de dizer: “Meu alimento e fazer a vontade de meu Pai”. No seu estilo de vida simples e acolhedor, ele revelou um jeito novo de viver, aberto e ao serviço mútuo. “Um só é o vosso Pai e vós sois todos irmãos”, dizia.

Acolheu os pobres, doentes, pecadores e marginalizados. Apresentou sua mensagem direta e sem medo, com imagens simples e cheias de calor. Soube ir ao encontro das pessoas. Aos pastores apresentou-se: “Eu sou o Bom Pastor”; à Samaritana: “Sou eu, que falo contigo”; aos agricultores: “Eu sou o Pão da Vida”; e a todos nós: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.

Para nós Jesus é o Messias esperado, o Senhor e Salvador, Deus e homem verdadeiro, aquele que veio reunir os filhos e conduzi-los para Casa do Pai. Esse é o centro e o destino final da história humana. Mas, Jesus continua presente no meio de nós e paga a pena segui-lo e abrir-se à amizade com ele. Aliás, o convite vem dele: “Fui eu que vos escolhi”.

“Eu vos escolhi e vos chamei de amigos”. No começo da vida pública, em Nazaré, Jesus entra na sinagoga e lê uma passagem de Isaías, que resume a sua missão. Leia com atenção e peça ao Espírito Santo que o ajude a entender: Lc 4,14-22.

São Francisco de Assis é um bom guia no seguimento de Cristo. Eis com o Tomás de Celano seu primeiro biógrafo o apresenta: “Sua maior intenção, seu desejo principal e plano supremo era observar o Evangelho em tudo e por tudo, imitando com perfeição, atenção, esforço, dedicação e fervor, os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, no seguimento de sua doutrina. Estava sempre meditando em suas palavras e recordava seus atos com muita inteligência. Gostava tanto de lembrar a humildade de sua encarnação e o amor de sua paixão, que nem queria pensar em outra coisa” (1Cel 84).

A Vocação de Santa Clara

A forma de vida da Ordem das Irmãs Pobres… é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade” (ReCl 1, 1). Transpareceu aqui o amor de Clara pelo Evangelho. E você, como está o seu amor ao Evangelho?

Santa Clara incentivava as irmãs, por simples que fossem, a darem suas opiniões nas reuniões da comunidade, “porque muitas vezes o Senhor revela à menor o que é o melhor” (ReCl 4, 18). Não será esta uma razão para dar ouvidos às pessoas simples ou que não pensam como nós?

Mulher do SIM: “Olhe, considere, contemple o Esposo (Cristo), no desejo de imitá-lo” (2Ctln 20). “Ame totalmente Aquele que totalmente se entregou por nós” (3Ctln 15).

Mulher do NÃO: “Se alguém lhe disser ou sugerir algo que lhe parecer contrário ao chamado de Deus, não siga o seu conselho” (1Ctln 17).

A Vida Religiosa Consagrada

Com a expressão Vida Religiosa Consagrada nos referimos a certos cristãos – homens e mulheres – que vivem uma forma especial de seguimento a Jesus Cristo. Vivem em comunidade. Cultivam a oração. Meditam a Palavra de Deus. E participam na missão evangelizadora da Igreja, com especial atenção aos que foram os preteridos de Jesus; pobres, enfermos, pequenos…Os que abraçam essa forma de vida, não casam, vivem pobremente, e obedecem a regra e constituições próprias do Instituto a que pertencem.

Olhando mais de perto. A Vida Religiosa é uma forma de pertença a Deus e a Cristo, uma adesão amorosa ao Evangelho e ao Reino de Deus. Pode parecer estranho, mas a iniciativa dessa escolha não é da pessoa, mas de Deus. A pessoa sente-se chamada, atraída, envolvida pelo amor de Deus que a solicita. E a certa altura a pessoa se dá conta que esse amor é tudo, vale tudo, merece tudo, está acima de tudo. E então “se rende”. Entrega-se, deixa-se conduzir, coloca-se ao seu dispor: “Senhor, que queres que eu faça?”

Este processo – que tem sabor de enamoramento mas também de luta crucial – culmina na consagração. A consagração, mais do que gesto humano, e gesto de Deus, dom de sua graça, obra de seu amor. A ponto de o consagrado poder dizer como Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir. Foste mais forte do que eu e me venceste no teu amor!” (Jer 20,7).

Vida Consagrada e, pois, vida no seguimento de Cristo, que implica partilha de sua vida, seus riscos e esperanças, suas preocupações, seu projeto existencial, suas atitudes vitais e totais, entre elas, a da castidade, pobreza e obediência.

São Francisco e Santa Clara apontam como centro de sua regra: observar o Santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo e seguir suas pegadas. E as pegadas de Jesus levam na direção do povo, exercitam na convivência fraterna, na missão apostólica, na prática da misericórdia.

A Família Franciscana

Esta família se encontra presente em todo o Brasil. Em sua Diocese ou mesmo em sua Paróquia, você encontrará um grupo de irmãs (freiras), ou um grupo de frades, ou ainda, um grupo de leigos e leigas, solteiros ou casados (Ordem Franciscana Secular, Institutos Seculares e Simpatizantes) vivendo e testemunhando Jesus Cristo do jeito de São Francisco e Santa Clara.

Desde 1500 a família franciscana se faz presente em terras brasileiras. E hoje ela lhe oferece um caminho no qual você pode servir a Deus: não lhe oferece um trabalho determinado, mas uma forma de vida, uma espiritualidade, um modo diferente de olhar o mundo, o ser humano e o próprio Deus.

A única coisa que Francisco e Clara pedem a você é que sirva aos outros, especialmente aos marginalizados, como irmão e irmã menor, humildemente sem oprimi-los, porque assim o fez Jesus.

Pertencer à família franciscana é:

Levar adiante com renovado ardor, o empenho de nos tornar cada vez mais uma só família.

Desenvolver com fraternidade, a missão no meio do povo em solidariedade com os pobres, ser instrumento de Paz e de justiça na defesa da integridade e da criação.

Como irmãos e irmãs de toda criação, promover com todo empenho uma nova criação com esperança e alegria.

Vocação Sacerdotal

O sacerdote ou padre – mais propriamente chamado de presbítero – é escolhido e ungido para ser pastor do rebanho de cristo, exemplo do Bom Pastor (Jô 10). Sinal da unidade eclesial, participa intimamente da missão de cristo que é animar a comunidade, anunciar a palavra de Deus, celebrar a Eucaristia e a reconciliação, e organizar os serviços da comunidade: catequese, liturgia, pastoral da saúde, pastorais sociais, etc.

Para exercer este ministério é necessário ser chamado por Deus e aceito pela Igreja. Trata-se de uma especial vocação a ser discernida e cultivada carinhosamente. Além de exigir a Ordenação presbiteral, que é um dos sacramentos da Igreja.

Existem os sacerdotes diocesanos, também chamados de seculares, que estão diretamente ligados a uma Diocese e prestam obediência ao Bispo. E existem os sacerdotes religiosos – melhor ditos regulares – que pertencem a uma Ordem, Congregação ou Instituto. Vivem em fraternidade inspirando-se no Carisma do Fundador. Como diocesanos, também os padres religiosos são pessoas a serviço do povo, podendo celebrar a Eucaristia e reconciliação, abençoar os casamentos, anunciar o Evangelho…

A exemplo de Cristo, assumem a castidade, obediência e pobreza, buscando o desapego dos bens deste mundo, o amor gratuito e sem exclusividade e a libertação de ambições de poder e domínio.