Paróquia São Pedro Apóstolo - Gaspar, SC

Artigos e reflexões › 23/09/2019

Mês da Bíblia: as cartas de São Paulo, as Epístolas Católicas e o Apocalipse

Vamos falar das Cartas de São Paulo, apresentando a ordem cronológica, situando-as no livro dos Atos dos Apóstolos.

Tessalonicenses I e II – na primeira carta, Paulo fala sobre a pregação do Evangelho, da alegria ao saber da fidelidade da comunidade de Tessalônica, faz um convite para que todos sejam perseverantes na fé e fala também da ressurreição dos mortos. Na segunda alerta os fiéis sobre as falsas ideias da segunda vinda de Cristo, exorta todos sobre a confiança em Deus e para que se fortaleçam na luta contra o mal.

Gálatas – esta carta foi escrita porque alguns judeus cristãos queriam obrigar os pagãos recém convertidos ao cristianismo a seguirem a Antiga Lei.

Romanos – nesta carta o apóstola fala sobre o estado de pecado no qual se encontra o homem e que a salvação não é mérito de nossos atos. A carta ainda traz os fundamentos de uma vida verdadeiramente cristã, com os deveres para com as outras pessoas.

Coríntios I e II – carta dirigida a uma comunidade marcada por disputas e abusos. Na primeira carta Paulo prega a união e a humildade. Ele ainda aconselha os fiéis sobre o casamento e a virgindade e dá conselhos escrevendo sobre a caridade (capítulos 12 a 14). Na segunda carta, Paulo se defende contra aqueles que se opunham às suas pregações, justificando-se contra todas as acusações que lhe foram feitas em Corinto.

Efésios, Filipenses e Colossenses – são chamadas de “epístolas do cativeiro” por terem sido escritas no período em que Paulo ficou preso em Éfeso e em Roma, entre os anos de 60 e 62. Ele trata do mistério de Cristo na Igreja e apresenta diversos conselhos aos fiéis que vivem uma vida nova em Cristo. A carta aos Filipenses tem um caráter mais pessoal, marcado pelas expressões de alegria.

Filemon – é dirigida a um rico cristão de Colossos, cujo escravo havia fugido e procurado refúgio junto ao apóstolo. Paulo implora pelo perdão para o escravo.

Timóteo I e II e Tito – são chamadas de epístolas pastorais. Timóteo é discípulo de Paulo e companheiro de viagem. Foi colocado à frente da comunidade de Éfeso. A primeira carta é lembra dos conselhos já recebidos e propõem um programa de vida para homens, mulheres, bispos e diáconos. Paulo também fala sobre as viúvas, os anciãos e os escravos. Quando escreveu a segunda carta a Timóteo, Paulo já estava preso e pressentindo o martírio dá aos discípulos suas últimas recomendações. Tito era grego e também colaborador de Paulo. Nesta carta ele dá conselhos sobre a organização das comunidades na ilha de Creta

Hebreus – esta carta reflete as ideias centrais da pregação de Paulo, ela não parece ter sido escrita por ele, já que possui um estilo diferente. A carta é dirigida a uma comunidade de judeus convertidos que viviam um dilema por ter que abandonar o culto do templo e da sinagoga ao se tornarem cristão. O texto se fundamenta na Lei de Moisés para mostrar que o Evangelho é a realização efetiva do do culto israelita.

As epístolas católicas – este é o nome que se dá a um conjunto de sete cartas dirigidas a um conjunto de igrejas.

Tiago – era bispo de Jerusalém e presidiu uma importante reunião dos apóstolos no ano de 49. O texto tem como base o Sermão da Montanha, com conselhos voltados para o cristão fervoroso com virtudes para uma nova vida.

Pedro – a primeira carta de Pedro provavelmente foi escrita por Silvano, discípulo de Paulo que se tornou também colaborador de Pedro. O texto fala sobre a alegria do cristão batizado e a união em Jesus. Para aqueles que sofre pela fé, a carta lembra do sofrimento de Cristo, pregando uma vida de santidade e de boas práticas.

A segunda carta de Pedro e a carta de Judas parecem ter sido escritas pela mesma pessoa e alertam contra as falsas doutrinas que começavam a ser disseminadas e encorajam os fiéis a se manterem firmes na fé e no amor de Deus.

João – são três epístolas escritas pelo ‘discípulo que Jesus amava’. A primeira delas afirma que Deus é amor e luz e o cristão, como filho da luz, deve fugir da escuridão, seguir os mandamentos e arrepender-se caso cometa algum pecado. As duas cartas seguintes são dirigidas a comunidades da Ásia (Kyria – “a eleita” e Gaio) e tratam de temas particulares.

Apocalipse – no grego essa palavra significa revelação. Este livro foi escrito por São João no fim de sua vida como uma carta destinada às Igrejas da Ásia Menor. Considerado um texto de difícil interpretação, é preciso que se entenda o momento em que foi escrito. Os cristão da Ásia começavam a sofrer perseguições. Aqueles que esperavam pela libertação com a segunda vinda de Cristo, viam com tristeza que este retorno demorava. João quis fazer de seu livro uma mensagem de esperança e, ao mesmo tempo, anunciar aos fiéis a inevitável luta entre o bem e o mal e predizer a vitória de Deus. Para isso usa de um recurso literário muito usado entre os judeus, presente também no livro do profeta Daniel. O gênero apocalíptico não quer dar uma descrição antecipada de fatos futuros, mas apresentar a realidade com símbolos diferentes, numa linguagem figurada para provocar a atenção do leitor. Para uma boa leitura deste livro é importante saber alguns dos simbolismos apresentados: O Cordeiro simboliza Cristo; a mulher, a Igreja Cristã; o dragão, as forças contrárias ao Reino de Deus; as duas feras (cap. 13), o império romano e o culto ao imperador; as vestes brancas, a vitória. O Apocalipse anuncia aos fiéis que não é  possível escapar da luta do sofrimento no plano terrestre e também que a vitória final se dá em Cristo ressuscitado que venceu a morte.

Via Aleteia