Paróquia São Pedro Apóstolo - Gaspar, SC

Notícias › 29/07/2016

Gaspar: cinco bispos franciscanos

Moacir Beggo

O espírito de fé e religiosidade do povo gasparense deu à Igreja muitas vocações, entre elas cinco bispos franciscanos: Dom Daniel Hostin, Dom Quirino Adolfo Schmitz, Dom Carlos Schmidt, Dom Jaime Spengler e Frei Evaristo Spengler, que será ordenado bispo neste dia 6 de agosto. Todos são filhos de São Francisco de Assis e professaram solenemente na Ordem Franciscana pela Província Franciscana da Imaculada Conceição. A presença franciscana definitiva em Gaspar aconteceu no dia 17 de setembro de 1900, festa da Impressão das Chagas de São Francisco.

DOM DANIEL HOSTIN, OFM

hostin_1O primeiro bispo franciscano de Gaspar é Dom Daniel Hostin.  Nasceu no dia 2 de abril de 1890, em Gaspar (SC) e fez seus primeiros estudos, primário e ginasial, no Colégio Santo Antônio, de Blumenau. Entrou para a Ordem Franciscana, onde recebeu o hábito em 18 de janeiro de 1910, no Noviciado de Rodeio, onde também em 20 de janeiro de 1911 fez a profissão temporária dos votos. Ordenou-se sacerdote em Petrópolis em 30 de novembro de 1917, em solenidade presidida pelo Bispo Diocesano de Niterói, Dom Agostinho Benassi. Vindo para Blumenau, foi professor do Colégio Santo Antônio, até 1920, quando assumiu como Vigário na Paróquia de São Paulo Apóstolo. Foi nomeado bispo aos 40 anos de idade e foi ordenado no dia 29 de setembro de 1929, em Blumenau (SC). Faleceu em Lages (SC) no dia 8 de novembro de 1973, onde serviu a Diocese por 44 anos, marcando profundamente não só nossa história religiosa, como também social e politicamente. Era conhecido e estimado por todos pela sua bondade, oratória e acolhimento. No testamento que deixou, quando faleceu aos 83 anos, dizia, em sua parte final: “Nada possuo de meu, e, como franciscano, nem poderia possuir em virtude do voto solene de pobreza. Se alguma coisa for encontrada em meu nome, pertence à Diocese”. Seu corpo está sepultado na Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres.

DOM QUIRINO ADOLFO SCHMITZ, OFM

quirino_1O segundo bispo franciscano nasceu em Gaspar no dia 22 de novembro de 1918, no bairro de Belchior, onde residiam seus pais, Catarina Moser e João José Schmitz. Ele ingressou no Seminário Franciscano de Rio Negro, onde concluiu o Ensino Médio e, em 18 de dezembro de 1937, ingressou na Ordem Frades Menores quando vestiu o hábito franciscano em Rodeio. Transferido para Curitiba, lá permaneceu até 1941, concluindo o curso de Filosofia. Em Petrópolis, cursou Teologia e foi ordenado sacerdote em 28 de novembro de 1943. Lá mesmo iniciou a sua atividade pastoral em 1945, quando foi nomeado Diretor do Colégio Dom Jesus, recém-instalado pelos franciscanos. Em 7 anos organizou e transformou o Bom Jesus num dos melhores Colégios da Capital paranaense, permanecendo na sua direção ate 1952. A regência do internato do Colégio Diocesano de Lages foi a sua próxima missão. Lá, juntamente com Dom Daniel Hostin, ele desenvolveria mais um notável trabalho junto aos internos daquela região serrana. Permaneceu em Lages até 1954, quando foi nomeado para assumir a Paróquia de Santo Antônio do Pari, em São Paulo, e a direção do Colégio Santo Antônio da mesma cidade. A seguir foi premiado com uma missão internacional, sendo nomeado Diretor do Missionskolleg em Ganstock, na Bélgica, cargo que assumiu em 1958, quando foi nomeado bispo de Teófilo Otoni, aos 43 anos. Ordenado bispo em 25 de abril de 1961, promoveu na Diocese mineira um brilhante trabalho de evangelização onde fez a opção pelos pobres por mais de 20 anos. No dia 20 de junho de 2007, a irmã morte visitou D. Quirino.

Além do exemplo que deu em vida como um bispo evangelizador e excelente condutor de almas, Dom Quirino deixou como legado as seguintes obras publicadas; “Pastor do povo”, “Posso batizar meu filho”, “Eu vi Jesus de Nazaré”, “Que fazer na Igreja”, “Crisma para que?”, “Matrimonio, sacramento formador de comunidades”, “Unção dos doentes” e “Pastor Inquieto” (Memórias). Dom Quirino faleceu aos 88 anos de idade.

DOM CARLOS SCHMIDT, OFM

carlos_1Dom Carlos nasceu em Gaspar no dia 27 de janeiro de 1919 e foi batizado com o nome de Stanislau Hostin Schmitt. Fez os estudos básicos no Colégio Cristo Rei e, aos 12 anos, ingressou no Seminário Franciscano de Rio Negro.

Os estudos do Ensino Médio concluiu no Colégio São Luís de Tolosa, em Viodrop, Holanda, para onde foi transferido em 1934. Retornou ao Brasil em julho de 1938, ingressando no Noviciado Franciscano de Rodeio. Ainda em Rodeio iniciou o curso de Filosofia, que concluiu em 1940 em Curitiba. De 1941 a 1944 estudou Teologia em Petrópolis, onde em 1943 foi ordenado sacerdote, cujo ministério viria a exercer por 62 anos.  No dia 29 de agosto de 1960, Dom Carlos era surpreendido com a grata notícia de que o Papa João XXIII o elegera Bispo de Dourados. Foi ordenado em Roma no dia 28 de outubro de 1960. Em Mato Grosso ficou até 1970, quando renunciou, voltando ao Sul, onde se tornou capelão do Hospital Santo Antônio de Blumenau. “Estive doente e você veio me visitar”, foi a palavra do Evangelho que ele mais assiduamente encarnou. Dom Carlos foi vítima de um derrame cerebral em setembro de 2002, quando já contava 83 anos de idade. O gosto pela vida e o seu espírito de luta permitiram-lhe uma razoável recuperação. Recuperou em parte a comunicação verbal, mas teve de submeter-se a uma cadeira de rodas para se locomover. Ainda assim, rezava missa e confessava as muitas pessoas que o procuravam. Seu quadro clínico agravou-se em janeiro de 2006, vindo a falecer por volta das 18 horas do dia 16, no Hospital Santa Isabel em consequência de um derrame sofrido dia 13.

DOM JAIME SPENGLER, OFM

jaimeFrei Jaime Spengler nasceu em Gaspar no dia 6 de setembro de 1960 e seu ingresso na Ordem dos Frades Menores se deu no dia 20 de janeiro de 1982, quando foi admitido no Noviciado de Rodeio (SC) da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Professou solenemente na festa da Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro de 1985, e foi ordenado presbítero no dia 17 de dezembro de 1990. De 1991 a 1995 foi mestre dos postulantes e professor no Seminário Frei Galvão. Em Roma, fez o doutorado de Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum. Foi vice-reitor e professor do Instituto Filosófico São Boaventura, em Campo Largo (PR).

Dom Jaime foi ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011, exatamente nos 150 anos de fundação da Paróquia.  Durante a 49ª Assembleia Anual do Episcopado Brasileiro em Aparecida do Norte em maio de 2001 foi escolhido entre os bispos do Rio Grande do Sul para ser o Bispo Referencial da Pastoral da Educação e Cultura no Regional Sul-3 da CNBB. E no dias 18 de setembro de 2013, o Papa Francisco o elevou a dignidade de arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Porto Alegre.

Aos 21 de abril de 2015 foi eleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB e no dia 23 de abril de 2015 foi eleito presidente do Regional Sul 3 da CNBB, para a gestão 2015-2019.

FREI EVARISTO SPENGLER, OFM

evaristoEleito Vigário Provincial no Capítulo Provincial de janeiro deste ano, Frei Evaristo foi nomeado pelo Papa Francisco, no 1º de junho, bispo da Prelazia do Marajó, no Pará.

Natural de Gaspar (SC), onde nasceu no bairro de Pocinho no dia 29 de março de 1959, Frei Evaristo vestiu o hábito franciscano quando ingressou no Noviciado de Rodeio, em Santa Catarina, no dia 20 de janeiro de 1977. No dia 2 de agosto de 1982 fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores e foi ordenado presbítero no dia 19 de maio de 1984.

Aos 57 anos, Frei Evaristo tem pela frente o maior desafio de sua vida religiosa, embora isso não seja novidade para ele, pois até hoje suas experiências pastorais estiveram concentradas em duas regiões de fortes desigualdades e fraturas sociais: a Baixada Fluminense e a Missão de Angola (África), durante e no pós-guerra.

Frei Evaristo vai suceder a Dom Frei José Luiz Azcona, religioso missionário da Ordem dos Agostinianos Recoletos e bispo prelado do Marajó desde 1987, que devido à idade (76 anos) teve sua renúncia ao governo pastoral da Prelazia aceita pelo Papa Francisco, conforme prevê o Direito Canônico.

Frei Evaristo ficou por uma década em Angola. Essa experiência missionária começou no dia 31 de maio de 2001. De 2003 a 2006, Frei Evaristo presidiu a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Em janeiro de 2010 encerrava essa etapa missionária e retornava para a conhecida Baixada Fluminense, em Duque de Caxias, bairro de Imbariê, como Vigário Paroquial. Ali continuou até 2012 quando o Capítulo Provincial o elegeu Definidor e o manteve como coordenador da Fraternidade de Imbariê. No Capítulo Provincial de 2016, ele foi eleito Vigário Provincial e passou a acumular a função de Secretário da Evangelização.