Frei João pede que a família seja uma paróquia doméstica
Moacir Beggo
Gaspar (SC) – Como não poderia ser diferente, o mestre e doutor Frei João Reinert não fez uma pregação no primeiro dia do Tríduo da Festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar (SC), mas deu uma aula sobre a família. Com clareza e leveza, o celebrante insistiu no tema que conhece tão bem e mostrou que as famílias podem recuperar valores perdidos, bastando para isso transformar os lares em paróquias domésticas.
Frei João Fernandes Reinert, natural de Gaspar e atualmente residindo na Fraternidade Franciscana Nossa Senhora Mãe Terra, em Duque de Caxias (RJ), veio fazer a pregação da Festa pela primeira vez. Graduado em Filosofia, mestre e doutor em Teologia pela PUC-Rio e professor do Instituto Teológico Franciscano, de Petrópolis, Frei João é autor do livro “Paróquia e Iniciação Cristã”. Ele foi apresentado pelo pároco Frei Paulijacson de Moura, que brincou com ele: “No ano passado, o pregador (referindo-se a Frei Evaristo Spengler) da Festa se tornou bispo. Fique atento!”
Segundo o celebrante, antes de sairmos de casa para rezar no templo, nós temos outra paróquia, que são as nossas famílias. “Então, é como se Gaspar tivesse em cada rua muitas outras paróquias, muitas outras igrejas, que são vocês, que são nossas famílias, que são cada casa que vive a fé lá onde está localizada”, disse, lamentando que as nossas famílias estão deixando de ser igrejas domésticas. “O Papa Francisco pede que resgatemos as nossas famílias como pequenas igrejas, onde os filhos possam aprender com os pais a lição do perdão, da fé, do amor, da generosidade”, acrescentou.
“Por que nós podemos falar que nossas famílias são lugar de igrejas domésticas? Primeiramente, porque é lá que se cultiva a fé. Como foi que nós ouvimos pela primeira vez falar de Deus? Não foi em nossas casas? Com certeza. Antes de ouvir falar de Deus na nossa Paróquia, ouvimos falar de Deus em nossa casa. Por isso, nossa casa é uma paróquia doméstica. Antes de nós vermos uma vela acesa na igreja, talvez nós assistimos nossos pais acender uma vela lá em casa. Não é verdade? Antes de ver alguém se ajoelhar numa igreja, nós vimos nossos pais se ajoelhar em casa diante de uma imagem”, enfatizou Frei João.
O frade mostrou, em muitos exemplos, a relação da família e da igreja. “Nossas famílias precisam resgatar sempre mais essas virtudes que existem na igreja: o gosto de estarmos juntos, o gosto de rever os irmãos, os pais. Isso é ser igreja”, disse, mas lembrou o contrário também: “Fazer da igreja Paróquia e de nossas comunidades também uma família, lugar de acolhida”, elogiando o povo acolhedor desta Paróquia. Para ele, infelizmente existem igrejas que não são acolhedoras.
Para o frade, se nossas casas devem ser igrejas, nossas igrejas devem ser sempre mais famílias, acolhedoras, onde todos possam ser acolhidos.
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DIA DO RODÍZIO DE SOPA
Com o frio intenso deste inverno que mal chegou, a Festa ofereceu para aquecer um rodízio de sopas de vários sabores. Foi uma noite tipicamente junina esta quinta-feira. Teve também muito quentão, pinhão e fogueira para esquentar o frio. Foi também a noite do pastel, do sonho, do Bolo de São Pedro, do cachorro-quente. E como não poderia deixar de ser, todos os espaços da festa ficaram tomados pela multidão.
Além do grande Salão de Festas, onde foi servido o rodízio de sopas, o pátio asfaltado concentrou a maioria das barracas, mas um segundo pátio ficou reservado para a fogueira e a churrasqueira. O pároco Frei Paulijacson de Moura e o guardião Frei Carlos Ignácia abençoaram o bolo de São Pedro. O casal mais antigo da Festa, Dona Dica e Evaristo Spengler, foi o escolhido para acender a fogueira.
Nesta sexta-feira, o segundo dia do Tríduo, Frei João fala sobre “Paróquia Missionária: Pescadores da misericórdia”.
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