Frei Alberto começa ministério presbiteral como um “veterano”
Por Moacir Beggo
A celebração da Primeira Missa nem sempre é tranquila para um neossacerdote. Mas para Frei Alberto Eckel Júnior, conhecido por seu interesse e zelo pela liturgia, a Solenidade de Pentecostes o deixou mais à vontade ainda. Quem o viu neste domingo (27/05) presidindo a celebração não pensaria que se tratava das Primícias de um jovem sacerdote.
E foi assim, com calma, serenidade e tranquilidade que Frei Alberto celebrou a Primeira Missa na Comunidade de São Francisco de Assis, em Indaial. Ao seu lado, ele teve como concelebrante o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que foi escolhido por ele para ser o pregador nesta Missa.
A bela igreja de São Francisco de Assis, que é assistida por Frei Márcio Machado, da Terceira Ordem Regular franciscana, tornou-se uma casa franciscana neste domingo solene de Pentecostes. A começar pelo pároco, frades, noviços e seminaristas participaram em peso desta celebração. O povo também lotou a igreja para homenagear o seu mais jovem presbítero.
Como pregador nestas Primícias, uma tradição na Província, Frei Fidêncio perguntou como associar este lema da Ordenação Presbiteral – “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7,37) – ao Mistério da Solenidade litúrgica de Pentecostes? Ele mesmo respondeu lembrando São Francisco: “Ao admoestar os seus irmãos a “não extinguirem o Espírito do Senhor, e o seu santo modo de operar”, afirma que precisamos ser pessoas sedentas deste Espírito (desta água), pessoas desejosas deste hálito vital de Deus, para estarmos em comunhão contínua com o ‘Manancial da Vida’.”
Segundo o Ministro Provincial, o Espírito Santo impulsiona para a missão de renovar a partir da linguagem unificadora do amor à face da terra. “Sim, é preciso renovar a face da ‘Mãe-Terra’ e do mundo inteiro que, originalmente, fora santificado pelo sopro divino. É preciso renovar a face da terra, pois nela, não raro, gravitam outros deuses com seus espíritos que imprimem na humanidade de hoje linguagens enigmáticas e confusas, nada diferente do simbolismo da Torre de Babel no Antigo Testamento!”, alertou.
Frei Fidêncio terminou sua homilia fazendo uma belíssima oração sobre os dons do Espírito Santo (LEIA A HOMILIA NA ÍNTEGRA).
Outro momento marcante da celebração foi a homenagem que os pais de Frei Alberto fizeram a ele. Segundo eles, foi um susto quando o menino Alberto decidiu ir para o seminário. “Estávamos com os olhos tapados”, confessou a mãe. Desde então começaram a “dar uma de detetive” para saber como nasceu esse desejo no menino de ser padre. Com a ajuda dos primos, que revelaram estar “cansados de tantas Missas rezadas” por Frei Alberto, os pais acharam o grande segredo de Frei Alberto: um sacrário confeccionado de madeira velha por ele mesmo com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Enquanto a mãe revelava o segredo durante a Missa, os irmãos Thiago e Thayse trouxeram este brinquedo em procissão até o altar. “Aí então, meu filho, caiu a ficha: tua vocação é estar a serviço de Deus como padre seguindo o exemplo de São Francisco”, acrescentou, lembrando que Frei Nélson Hillesheim fez o acompanhamento vocacional. “Por isso, hoje, teus pais, dizemos mais uma vez a você: Vai meu filho, vai onde precisarem de ti! E conta sempre com agente. Mas nunca perca a pureza do coração, a simplicidade, a humildade, e sobretudo a alegria de servir, tendo como referência e modelo Nossa Mãezinha do céu, Maria. Conte sempre com a gente e voe, voe alto a serviço do Senhor! E nunca se esqueça: nós amamos você!”, completou.
Por último, Frei Márcio agradeceu a presença de todos os frades durante a Semana Missionária e, lembrando a Oração de São Francisco, disse que ele recebeu mais do que deu nesta semana que antecedeu a ordenação e Primeira Missa de Frei Alberto.
Frei Alberto ainda celebrará esta semana em Indaial, mas depois retorna para a sua fraternidade, no Convento da Penha, em Vila Velha (ES).