Famílias celebram e pedem a bênção de Deus em Gaspar
O frio e a chuva não foram suficientes para inibir a participação dos fiéis da paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar, na missa pelas famílias, com seu bispo diocesano, Dom José Negri, nesta noite de terça-feira, 17 de julho.
“Cada vez que nos reunimos para rezar pelas famílias, as igrejas estão lotadas”, declarou Dom José. As pessoas enfrentam cada vez mais desafios para a harmonia, paz e felicidade. As famílias que lotaram a Igreja Matriz, não se inibindo pelo frio e umidade da noite catarinense, buscavam, pela fé, um encontro comunitário com Deus, uma motivação e palavra de incentivo para a luta diária de viver e cultivar o amor fraterno, filiar, conjugal…
Ao acolher Dom José, no início da celebração, o pároco, Frei Germano Guesser, ressaltou que esta era também a casa de nosso bispo, que este e a comunidade de Gaspar já tinham significativos laços de proximidade e afeto. Todos os frades da paróquia concelebraram a missa.
Dom José, logo de início, num clima bastante descontraído e familiar, desvinculou a celebração da preocupação com o relógio, esclarecendo que aquele momento deveria ser aproveitado ao máximo.
Quantas vezes vamos atropelando nossa oração com a preocupação em manter o horário!, e logo no início da celebração, desvalorizamos um momento ímpar de encontro com Deus, “resolvendo tudo com um canto”. Antes de cantar o Ato Penitencial, Dom José convidou cada um presente a refletir sua capacidade de perdoar. Pois “como podemos pedir perdão a Deus se não nos perdoamos?” Na vida matrimonial, familiar, o que é motivo para ficarmos “de bico”, chateados, “emburrados”? E por quanto tempo ficamos? Que dificuldade às vezes para superar isso…
Aos poucos, cada casal foi convidado a olhar para seu companheiro/a, ou a pensar nele/a, e, em voz baixa, mas com a intensidade de seu coração, proferir uma palavra essencial em qualquer relacionamento: Perdão! E logo em seguida, declarar com a mesma intensidade: Eu te perdoo!
Agora sim, poderíamos celebrar nosso Ato Penitencial, cantando, pedindo e celebrando o perdão de Deus.
A homilia foi uma verdadeira conversa familiar. Dom José, em tom muito informal, exortou os fiéis como um pai preocupado com a harmonia do lar. Contou histórias, citou exemplos, sempre mantendo a atenção e interesse de quem ouvia e parecia reviver situações de suas vidas diárias no que o bispo dizia.
Falou aos casais, ressaltando a necessidade de diálogo e compreensão, defendendo o valor da família e do amor gratuito na relação conjugal. Um dos maiores motivos de separação ainda é a traição, alertou ele. Que não seja preciso nunca buscar fora de casa o que se sente falta. Que os esposos sejam, de fato, uma só carne, saciando-se, amparando-se, confortando-se sempre.
Falou aos filhos e a toda a família, lembrando o quando das dificuldades e crises pelas quais as crianças passam, deve-se a dificuldades de relacionamento dos pais. É impensável uma família que não se encontra, um grupo de pessoas que apenas vive junto… cada um com sua rotina, sua chave da casa, sua televisão… Sem um momento sequer de encontro. Claro, nessa família não há brigas ou discussões, mas porque não convivem!, não se encontram!, não se relacionam a não ser cada um consigo.
Todos os presentes assumiram estar dispostos a um esforço maior de valorização nas relações familiares. Como resposta simples, mas essencial a qualquer situação de dificuldade, Dom José propôs, nos passos do Beato João Paulo II, três passos para “salvar as famílias”. Ao menos uma vez por semana, a família se reunir e: 1) Desligar a televisão. 2) Ler um trecho da Bíblia. 3) Rezar o terço.
No ofertório, foram apresentadas, junto com o pão e o vinho, frutos do trabalho de nossas famílias e um rosário, sinal de consagração e confiança na Mãe de Deus.
Após a comunhão eucarística, Dom José quis presentear a comunidade com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, sorteada, a imagem foi entregue a uma família, mas a benção estendida a todas.
Após mais de duas horas de celebração, Dom José ainda estava disposto a mais um gesto bastante significativo. Anunciou que após a benção final, permaneceria na igreja para abençoar individualmente todas as famílias presentes que o quisessem.
Todos abençoados, a fraternidade paroquial, reuniu-se com Dom José para um jantar na casa de uma família da comunidade.
ORAÇÃO PELAS FAMÍLIAS
Senhor, nós vos louvamos pela nossa família e agradecemos a vossa presença em nosso lar. Iluminai-nos para que sejamos capazes de assumir nosso compromisso de fé na Igreja e de participar da vida de nossa comunidade. Ensinai-nos a viver a vossa palavra e o Vosso mandamento de Amor, a exemplo da FAMÍLIA DE NAZARÉ. Concedei-nos a capacidade de compreendermos nossas diferenças de idade, de sexo, de caráter, para nos ajudarmos mutuamente, perdoarmos nossos erros e vivermos em harmonia. Dai-nos, Senhor, saúde, trabalho e um lar onde possamos viver felizes. Ensinai-nos a partilhar o que temos com os mais necessitados e empobrecidos, e dai-nos a graça de aceitar com fé e serenidade a doença e a morte quando se aproximem de nossa família. Ajudai-nos a respeitar e incentivar a vocação de nossos filhos quando quiserdes chamar a Vosso serviço. Que em nossa família reine a confiança, a fidelidade, o respeito mútuo, para que o amor se fortifique e nos una cada vez mais. Permanecei em nossa família, Senhor, e abençoai nosso lar hoje e sempre. Amém!
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