Paróquia São Pedro Apóstolo - Gaspar, SC

Notícias › 27/06/2015

A fé de Pedro é uma rocha inabalável

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Moacir Beggo

Gaspar (SC) – Na noite da vigília da grande solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos, neste sábado (27/6), o pregador Frei Evaristo Spengler, Definidor da Província da Imaculada Conceição, trouxe mais presente a figura do Padroeiro e o tema do dia “Todos somos discípulos missionários”.

O foguetório ao meio-dia já anunciava à cidade que era véspera do dia do Padroeiro. Às 15 horas, um dos momentos mais belos desta festa, quando a Matriz ficou completamente lotada com a Missa da Catequese. À noite, um pouco antes das 19 horas, um buzinaço promovido pelas comunidades Jesus Cristo Libertador, Santa Clara, Bom Jesus, Santa Teresinha, Santa Rita, trouxe a imagem de São Pedro para a celebração. Essas comunidades, a Ordem Secular Franciscana, as Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição estiveram à frente da celebração.

“Quem é esse Pedro, nosso Padroeiro?”, perguntou. “Ele foi um dos discípulos mais próximos de Jesus. Todas as listas dos apóstolos que aparecem nos evangelhos, o nome de Pedro ocupa o primeiro lugar. Um homem simples, nascido ao norte do lago de Genesaré, em Bethsaida, era irmão do também apóstolo André, filho de Jonas. Era um homem casado, a sua sogra e sua esposa viviam em Cafarnaum, numa casa ao lado do lago de Genesaré. Ele era um pescador e foi ali, durante o trabalho na pesca, que Jesus o encontrou e disse a ele e ao irmão André: ‘Vinde comigo e eu farei de vocês pescadores de homens’. Pedro e André estavam no trabalho com as redes nas mãos. Eles deixaram as redes e imediatamente seguiram Jesus. Não disseram: ‘Espera um pouco, vou pensar’. O discípulo é aquele que está pronto. Imediatamente seguiram a Jesus.

O seu nome de família era Simão. Jesus é que mudou o seu nome para Pedro e deu um significado a isso. Nos momentos decisivos da missão, quem estava ao lado de Jesus? Simão Pedro, João, e algumas vezes André. Pedro nunca faltou nos momentos mais difíceis da caminhada de Jesus. Os evangelhos o apresentam como um homem bom, de temperamento impulsivo, fala prontamente, é leal àquilo que assume, é expansivo, é um homem generoso, mas sobretudo alguém apegado ao seu mestre Jesus”, detalhou o pregador.

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“O Evangelho nos mostra também que Pedro é o primeiro discípulo a proclamar a fé em Jesus. E é esse fato que eu queria um pouco recordar com vocês…”, indicou, recordando a passagem do evangelho em que Jesus pergunta aos discípulos sobre o que o povo dizia dele. “Quem os homens dizem que é o Filho do Homem?”

“Jesus, na verdade, não estava interessado numa pesquisa de opinião pública para saber o que o povo dizia dele. Queria saber o que os discípulos pensavam dele. E vocês, quem dizem que eu sou? Certamente, nessa hora, os discípulos ficaram com certo medo. Mas Pedro, corajoso, toma a palavra e diz: ‘Tu és o Messias, o filho do Deus vivo’. ‘Tu és o Messias’ já aparecia no evangelho de São Marcos, mas São Mateus coloca a frase completa: ‘Tu és o Messias, o filho de Deus Vivo’. O povo esperava o Messias, mas esperava o Messias filho de Davi. A expectativa era que Davi enviasse um descendente que haveria de salvar o povo. Pedro vai muito mais além: ‘Tu és o Messias filho de Deus Vivo’ quer dizer que  Jesus não só nasceu de Deus mas age como o próprio Deus. É o filho de Deus vivo. Jesus, no nosso meio, é a própria revelação de Deus que caminha conosco. Ele é Emanuel. Jesus não é como os falsos deuses, Jesus não é um ídolo. Não é incapaz de salvar. Jesus é o Deus que possui a vida, que comunica a vida, que transmita a vida e que vem para salvar. Isto nos revela São Pedro. É o Deus vivificante”, explicou.

Segundo Frei Evaristo, a profissão de fé de Pedro recebe por parte de Jesus uma bem-aventurança: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta rocha – falo rocha e não pedra – edificarei a minha Igreja”.

“Há duas palavras nessa frase de Jesus: o nome Pedro e a palavra pedra. Mas tu és a rocha sobre a qual construirei a minha Igreja. Nas traduções do evangelho, no próprio folheto da Missa de hoje, não aparece essa definição, mas se nós olharmos na Bíblia é muito visível. Jesus diz que Simão é Pedro, mas a fé de Simão, essa é uma rocha inabalável sobre a qual construirá a sua Igreja. Pedra na Bíblia é uma pedra que podemos pegar, atirar, podemos partir. Rocha é um fundamento. Rocha é inabalável. Não se pode partir, não se pode tirar do lugar. A fé de Pedro é esse fundamento inabalável sobre o qual Deus quer construir sua Igreja”, ressaltou Frei Evaristo.

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“A fé é a base e por isso Jesus diz a Pedro que ele é muito feliz. Porque ele descobriu o essencial da vida. Descobriu aquilo que de fato assenta as colunas do Reino dos Céus aqui na terra. A fé permite a construção de uma sociedade nova. Uma sociedade Ecclesia, ou seja, a Igreja, sinal do Reino de Deus neste mundo.

Sabemos que o Reino só vai se concretizar na eternidade, na Parusia, mas esse reino tem os seus sinais aqui na terra. E a Igreja quer ser um sinal pela sua prática da partilha, do perdão, da acolhida, do anúncio da salvação, da boa nova do Evangelho. A Igreja quer ser isso. E Pedro, com a sua fé, representa as bases da Igreja”, continuou.

Então, Jesus diz: ‘Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo que ligares na terra será ligado lá no céu’. “É como se esse Reino aqui na terra fosse uma grande cidade e Pedro, como líder dos apóstolos, tivesse a chave para abrir e convidar todo o povo para entrar nesse reino. Na alegria da salvação de Jesus Cristo”, acrescentou.

“Como discípulos de Jesus, nós também recebemos essa chave e aqui eu queria concluir essa nova reflexão ligando ao tema de hoje: Discípulos missionários. O que é um discípulo missionário? Qual é a base da missão? Só pode ser a base de Pedro, ou seja, a fé que sustenta e a abertura, a chave, para a missão. Ninguém jamais pode viver o cristianismo, não pode ser um católico sem fé. Quem não fez esse encontro pessoal com Jesus Cristo, é apenas um religioso de fachada, de verniz. Mas quem fez o encontro pessoal, descobriu o chamado em sua vida, esse sente que Jesus está presente em sua vida. E quem fez esse encontro quer caminhar com Jesus ao longo de sua vida. Quem que gosta de uma pessoa e não fala com ela. Quem não reza parece que não gosta de Deus. Não encontrou Jesus. Veja os jovens. Encontrou um amigo na escola, se é uma namorada então, o “zap” está ativo a toda hora. E nosso “zap” com Deus, como é que está? Como está nossa comunicação com Deus? Nós temos gastado um tempo com esse encontro amoroso, pessoal, dedicado a Deus?”, questionou.

Alimentar a fé é o segredo segundo o pregador. “A fé, ela pode vir e ir como o vento. Podemos receber doutrina e não ter fé. A fé tem que ser alimentada. Achei tão bonito hoje na catequese quando eu vi aqui, pais, mãe, filhos, rezando juntos, vindo à igreja. Suponho que essas famílias tenham de fato uma vida cristã, fervorosa, que saibam rezar juntos”, confessou.

“Então é essa fé que vai dar consistência. Pedro foi preso, mas confiou em Deus que o libertou. E quem tem esse testemunho de fé, esse sim, é chamado a ser missionário, a anunciar. A nossa  Diocese está nessa campanha missionária. Todos nós somos convidados a  abrir nossas portas a essa missão, mas não só recebê-la, mas somos convidados a visitar os nossos vizinhos, convidá-los, rezar com eles, fazer um círculo bíblico, meditar sobre a Palavra de Deus”, sugeriu.

E Frei Evaristo concluiu: “Se o primeiro movimento é abrir-se para o alto, o segundo movimento, que nos convida essa Missa, é ir ao encontro do irmão, partilhar essa Boa Nova, essa Boa Notícia, que Pedro professou em Jesus Cristo. Que São Pedro, na sua festa, possa nos tocar, possa nos incentivar, possa nos fortalecer, e fazermos perceber que estamos  firmes na fé da Igreja e estamos no bom caminho para chegar a Deus. Estando firmes nessa fé, sejamos capazes de sair de nós mesmos e anunciar a fé aos nossos irmãos e irmãs”.

A festejos populares atingiram o ponto máximo da Festa do Padroeiro deste ano, que acontece pela 165ª vez em Gaspar. O Complexo de Festas Cristo Rei ficou lotado esta noite, tornando-se quase impossível se locomover entre os pontos mais procurados da praça de alimentação. O dia fechou com a queima de fogos de artíficio.
A Fraternidade São José de Gaspar ganhou o reforço dos jovens frades estudantes de Filosofia, Frei Marcos Schwengber e  Frei Jefferson Max Nunes Maciel, que passarão o mês de julho em atividades pastorais na Paróquia.

Neste domingo, depois da procissão às 7 horas no Rio Itajaí, será celebrada a Missa solene às 9 horas na Matriz.

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