A Misericórdia na Espiritualidade Franciscana
Gertrudes Crescencia Spengler
Esse foi o tema abordado por Frei Paulijacson Pessoa de Moura, OFM, no “Encontro Amigos de São Francisco e Santa Clara”, no dia 24 de abril de 2016, no Salão Cristo Rei da Paróquia de Gaspar.
Desse encontro participaram as Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, inclusive Irmã Vanessa Garrido, que estava de passagem por Gaspar e que já trabalhou no Colégio Madre Francisca Lampel, os Franciscanos Seculares e várias pessoas de nossa Paróquia que simpatizam com a espiritualidade franciscana.
Num clima muito fraterno o encontro começou com o café. Na sequência a irmã Ministra Eliana Aparecida Roncálio Schmitt conduziu a oração inicial. O senhor João Bohn e Irmã Vanessa animaram o encontro.
Para discorrer do tema: “A Misericórdia na Espiritualidade Franciscana”, primeiramente, Frei Paulo explicou a origem e o significado da palavra Misericórdia.
A misericórdia é uma virtude moral que dispõe o homem para compreender e suavizar a infelicidade dos outros, considerando-a, de certo modo, como própria quando vê seu próximo sofrer criando assim um vínculo afetivo.
A misericórdia implica num aspecto “passivo”. Sentimos como fossem nossos os males (compaixão). Inclui também um momento “ativo” (beneficência): passando-se para a ação visando sanar a miséria encontrada (fim específico). Por um lado a misericórdia é efeito do amor compreendido como ato principal da caridade, tende, de fato, ao bem ao próximo como a própria caridade.
A ideia que Francisco tem da misericórdia é rica em conteúdo e atual em sua concepção.
Francisco chama atenção para a íntima relação entre a misericórdia de Deus e o mundo, e antes de tudo com a própria vida. “A misericórdia divina” está na ordem da vocação de Francisco (1Cel 3) e o seu amor com os leprosos. Ele recebe e transmite a misericórdia, de objeto se torna sujeito: “e eu tive misericórdia com eles” (Tet 2; 1Cel 17 e LTC 11-22).
As fontes também atribuem à misericórdia de Deus a vocação de Clara e de tantas irmãs. O Senhor, “por sua misericórdia e graça” (TestC 9), inspirou Francisco em guiar Clara e suas irmãs.
Para finalizar, Frei Paulo citou um pensamento do Papa Francisco, o Papa da Misericórdia: “A Igreja não está no mundo para condenar, mas permitir o encontro com aquele amor visceral que é a misericórdia de Deus. Para que isso aconteça, tenho repetido muitas vezes, é necessário sair. Sair das igrejas e das paróquias, sair e ir procurar as pessoas lá onde elas vivem, onde sofrem, onde esperam. Espero que o Jubileu Extraordinário faça emergir cada vez mais o rosto de uma Igreja que redescobre as entranhas maternas da misericórdia e que vai ao encontro de tantos ‘feridos’ necessitados de escuta, compreensão, perdão e amor”.
Na pausa da palestra, a Irmã Ministra Eliana, conduziu uma dinâmica onde todos, sem exceção, participaram ativamente.
Depois da belíssima explanação de Frei Paulo, houve a Celebração Eucarística.
Para finalizar, como não poderia deixar de ser, houve uma gostosa macarronada preparada por Felipe Bohn e Bernadete Deschamps (Dete). Participaram também do almoço, Frei Carlos Ignácia, Assistente Espiritual da Ordem Franciscana Secular e Frei Lindolfo Jasper, Vigário Paroquial, que foi transferido para trabalhar em nossa Paróquia.
Paz e Bem!