Missa solene encerra a 163ª Festa de São Pedro
Gaspar (SC) – “São Pedro recebeu a chave dos céus não para dificultar o acesso, não para trancar a porta, mas para nos libertar, por seu serviço amoroso, das amarras que nos impedem de caminhar em direção a Deus”. Este foi o pensamento central da homilia de Frei Gustavo Medella, na Missa da Solenidade de São Pedro e São Paulo, durante a 163ª Festa de São Pedro, em Gaspar, SC. Frei Gustavo explicou que as chaves entregues por Cristo a Pedro são instrumento de serviço para libertar o ser humano das amarras do egoísmo, da incompreensão, da falta de respeito pela vida, da ganância e de todos os outros pecados que impedem a pessoa de viver o plano de amor sonhado por Deus.
A missa começou às 9h e contou com a participação de todos os casais de festeiros, do Coral Santa Cecília, da Banda São Pedro e dos agentes do Corpo de Bombeiros, que carregaram solenemente a imagem do padroeiro. Por conta da chuva e do alto nível das águas, a tradicional procissão de São Pedro não foi realizada pelo Rio Itajaí, mas veio por terra. A imagem, conduzida pelo caminhão do Corpo de Bombeiros, percorreu vários pontos da cidade e, às 8h50, chegou à Igreja Matriz.
Devido à garoa que caía em Gaspar na manhã deste domingo, a imagem de São Pedro chegou coberta pelas gotas de água, fato a que Frei Gustavo fez alusão no início da Missa: “Quantas vezes este homem não enfrentou a chuva, as tempestades, seja na pescaria, seja na missão de apóstolo. O rosto coberto de água também me fez lembrar das lágrimas que ele derramou por conta do arrependimento de ter negado Jesus. O mais importante é que ele soube superar esta fraqueza e, com coragem em entusiasmo, seguiu fiel sua missão até o fim, chegando a morrer crucificado, e de cabeça para baixo, por conta de sua fidelidade a Cristo”.
A missa foi concelebrada pela Fraternidade Local, composta por Frei Germano Guesser, Frei Carlos Ignácia e Frei José Bertoldi. Participaram também os frades que vieram d Petrópolis para realizar o estágio de férias em Gaspar: Frei Clovis Pasinato e Frei Rodolfo Pimentel. Depois da celebração, como se realiza todos os anos, festeiros e frades se posicionaram para a foto oficial, tirada em frente à matriz. Logo após, ao som da banda e com a imagem do Padroeiro à frente, desceram as escadarias em direção à festa, onde todos saudaram o padroeiro com aplausos e queima de fogos.
Além de ser importante momento de cultivo da fé e do espírito de comunidade, a Festa de São Pedro também representa importante evento da vida social de Gaspar e das outras cidades da região. É ponto de encontro de famílias e também de gasparenses que atualmente residem fora do município, mas que voltam à terra natal durante a festa para rever amigos, conversar e “matar a saudade”, tudo temperado com comidas típicas e bebidas de excelente qualidade: sonho, pastel, cuca, churrasco, bolos e tortas, cachorro-quente, batata frita e muitas outras iguarias. Para que a festa transcorra bem, muitas pessoas doam de seu tempo e de seu talento. São diversos voluntários e também trabalhadores contratados que atuam com empenho e atenção, dando o melhor de si: caixas, cozinheiras, vendedores, garçons, seguranças, pessoal de limpeza e apoio, eletricistas, animadores etc.
À parte social e gastronômica, somam-se as diferentes diversões e brincadeiras, como a roda das bonecas, a roda dos festeiros, as barracas de pescaria, tiro ao alvo, porquinho da índia, que faz sucesso entre as crianças, o leilão de gado, bingo etc. Neste ano, o tema geral do Tríduo de São Pedro foi: “O que Pedro e a Pedra podem nos ensinar”.
O Tríduo começou na quinta-feira, dia 27 de junho e os festejos terminaram neste domingo, dia 30. Apesar de alguns momentos de chuva, a festa foi muito movimentada. Mais uma vez, Gaspar fez bonito, graças ao empenho e a dedicação de frades, lideranças, festeiros, voluntários, órgãos públicos, os colaboradores e, é claro, graças ao povo que compareceu. Viva São Pedro!
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