Papa: o mundo precisa de cristãos que se movam
O Papa Francisco afirmou neste domingo que o mundo precisa de cristãos que nunca se cansam de andar pelas estradas da vida, para levar a todos a palavra consoladora de Jesus.
Ao rezar o Angelus com os peregrinos no Vaticano, o Papa recordou que a Igreja Católica celebrava a Festa da Apresentação do Senhor: quando Jesus recém-nascido foi apresentado ao templo pela Virgem Maria e São José.
Nesta data também se celebra o Dia da Vida Consagrada, que recorda o grande tesouro na Igreja daqueles que seguem o Senhor de perto, professando os conselhos evangélicos.
Segundo o Evangelho, “quarenta dias após o nascimento, os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém para consagrá-lo a Deus, conforme prescrito pela lei judaica”.
Ao descrever um rito previsto pela tradição, este episódio chama a nossa atenção para o exemplo de alguns personagens. Eles são pegos no momento em que fazem experiência do encontro com o Senhor no lugar em que Ele se faz presente e próximo ao homem.
Trata-se de Maria e José, Simeão e Ana, que representam modelos de acolhimento e doação da vida a Deus. Eles não eram iguais. Eram diferentes, mas todos buscavam e se deixavam guiar pelo Senhor. O evangelista Lucas descreve todos eles numa dupla atitude: de movimento e admiração.
A primeira atitude é o movimento. Maria e José vão em direção a Jerusalém. Por sua vez, Simeão, movido pelo Espírito, vai ao templo, enquanto Ana serve a Deus dia e noite sem cessar. Desse modo, os quatro protagonistas da passagem do Evangelho nos mostram que a vida cristã exige dinamismo e disponibilidade de caminhar, deixando-se guiar pelo Espírito Santo.
A estagnação não combina com o testemunho cristão e com a missão da Igreja. O mundo precisa de cristãos que se movam, que nunca se cansam de andar pelas estradas da vida, para levar a todos a palavra consoladora de Jesus.
O Papa disse que “todo batizado recebeu a vocação para o anúncio, para a missão evangelizadora! As paróquias e várias comunidades eclesiais são chamadas a incentivar o compromisso dos jovens, famílias e idosos, para que todos possam ter uma experiência cristã, vivendo a vida e a missão da Igreja como protagonistas”.
A segunda atitude com a qual São Lucas apresenta os quatro personagens da história é a admiração.
Maria e José “ficaram maravilhados com o que se dizia Dele. A admiração é uma reação explícita também do velho Simeão, que no Menino Jesus vê com seus próprios olhos a salvação realizada por Deus em favor de seu povo. E o mesmo acontece com Ana, que «também começou a louvar a Deus» e ir mostrar Jesus às pessoas. Esta é uma santa faladora, conversava bem, falava de coisas boas, não coisas ruins. Dizia, anunciava: uma santa que ia de uma mulher para outra mostrando-lhes Jesus.”
Segundo o Pontífice, “essas figuras de fiéis são circundadas pela admiração, porque se deixam cativar e se envolver pelos eventos que aconteciam diante de seus olhos”.
A capacidade de se surpreender com as coisas que nos circundam, favorece a experiência religiosa e torna fecundo o encontro com o Senhor. Ao contrário, a incapacidade de nos surpreender nos torna indiferentes e amplia as distâncias entre o caminho de fé e a vida cotidiana.
Francisco concluiu, pedindo à “Virgem Maria para que nos ajude a contemplar todos os dias em Jesus o dom de Deus para nós, e a nos deixar envolver por Ele no movimento do dom, com admiração alegre, para que toda a nossa vida se torne um louvor a Deus no serviço aos irmãos”.
*Com informações de Aleteia.